O currículo escolar

 

O currículo escolar pode designar-se como um conjunto de matérias para ensinar a alguém e que se organiza em disciplinas escolares. Muitas das vezes quer educadores quer leigo entendem por currículo, o conteúdo dos livros e textos usados pelos professores nas aulas. É visto também como um programa publicado ou impresso, ou um guia para professores de uma disciplina. “Lewis e Miel, 1978:17)

O currículo tradicional começou a ser questionado por volta dos anos 60 após os movimentos sociais e culturais que se fizeram sentir um pouco por todo o lado. Apareceu então as primeiras teorias que questionavam o pensamento e estrutura educacional tradicional. Estas teorias centravam-se em desenvolver conceitos que permitissem compreender o que o currículo faz.

O ponto de partida das teorias das críticas do currículo foi um movimento que mostrou muita insatisfação com os estudos do currículo, comparando aos parâmetros estabelecidos por Bobbit e Tyler (currículo tradicional). Outro ponto foi que o currículo não devia ser aprendido de forma “cega” sem o enquadrar com as teorias socias da época e por fim as teorias baseavam-se nas estruturas políticas e económicas, na reprodução sociocultural e ainda inspiradas em estratégias interpretativas de investigação, como a Fenomenologia e a Hermenêutica.~

 

Fenomenologia – tenta captar os fenómenos vividos e vivenciados, correspondendo a uma tentativa de descrever a nossa experiência tal qual é ou foi, e sem nenhuma consideração da sua génese psicológica e/ou das explicações causais que o especialista, historiador ou sociólogo podem dar. (Merleau Ponty)

Hermenêutica – Designava a interpretação dos textos sagrados, como o antigo testamento da bíblia, é a designação que é dada na filosofia á actividade de interpretar textos ou imagens e pretende trazer á consideração a necessidade de interpretar ou pensar a forma de intervenção que é efectuada pelos ideais comuns transmitidos pela tradição.

Teorias críticas centradas na visão Marxista e de Althusser

As teorias centradas na visão Marxista responsabilizavam o “status quo” pelas desigualdades e pelas injustiças socias.

Segundo Althusser a escola é utilizada pelos capitalistas para manterem essa ideologia, assim conseguem atingir toda a população num determinado espaço temporal. No currículo afirma que a ideologia dominante transmite os seus princípios, através das disciplinas e conteúdos que reproduzem os seus interesses.

Althusser, Bowles e Gintis afirmam que as escolas reproduzem os aspectos necessários para a sociedade capitalista, trabalhadores adequados para cada necessidade nos locais de trabalho, líderes encarregues de chefiar e líderes obedientes e subordinados para cargos de produção.

No princípio do século XXI aparecem as teorias pós-críticas que direccionam as suas orientações para um currículo que aposte no desenvolvimento do conhecimento, de identidade e de poder com as temáticas do género, raça, etnia, sexualidade, subjectividade e multiculturalismo entre outras.